Cartas

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I Guerra Mundial
Decorrida entre 28 de julho de 1914 e 11 de novembro de 1918, a I Guerra Mundial resultou na derrota das Potências Centrais (lideradas pelo Império Alemão, o Império Austro-húngaro e o Império Otomano) pela Tríplice Entente (liderada pelo Império Britânico, pela França e pelo Império Russo até 1917, e pelos Estados Unidos, a partir dessa data)...
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Guerra Colonial
A guerra colonial, também chamada guerra do ultramar ou de libertação, consoante a posição assumida face à sua legitimidade, começou em 1961 e terminou em 1974 na sequência de um golpe militar, desencadeado no dia 25 de abril, que derrubou a ditadura chefiada por Marcello Caetano. Durante 13 anos as forças armadas portuguesas combateram...
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Emigração

A emigração portuguesa, como a entendemos hoje, caracteriza-se por quase dois séculos de diversidade. Embora se saiba que Portugal foi - e continua a ser - um país de emigração, no século XX, devido à pobreza do país e à falta de progresso industrial, houve um claro processo de emigração em duas vagas. Na primeira vaga, no início do século, os portugueses tinham como destinos sobretudo o Brasil (Rio de Janeiro e São Paulo) e os EUA (Califórnia, New Jersey, Massachusetts, Rhode Island, Connecticut e Pennsylvania), no que comummente se chama de migração transoceânica. Na segunda vaga, iniciada no final da década de 50 e início da década de 60, já após as guerras mundiais e a Grande Depressão, dá-se a expansão migratória portuguesa para países da Europa (França, Alemanha, Suíça, Luxemburgo: a chamada migração intra-europeia) e África (África do sul e países pertencentes aos PALOP).

As razões económicas e políticas subjacentes à emigração portuguesa foram variadas. Por um lado, há o fator da conjuntura económica de ambos os países, o de origem e o de acolhimento. Com o aumento demográfico, a falta de oportunidades, o desemprego e até a fome no país de origem, gera-se a busca de melhores condições de vida em países que exerçam alguma atração devido a salários superiores aos que eram pagos em Portugal, bem como a busca de melhores condições sociais. Ainda assim, pensa-se que o fator decisivo para a partida de emigrantes portugueses seja o facto de, historicamente, Portugal ter um longo passado de descobrimentos e de emigração, que faz com que os portugueses, ao estarem espalhados um pouco por todo o mundo, usufruam das vantagens que as redes de familiares e de amigos podem proporcionar no que diz respeito a informação e apoio antes, durante e depois da sua chegada aos países de acolhimento.

Parece ser consensual que a zona norte do país (Porto e arredores), devido à sua composição essencialmente agrícola e em minifúndios, bem como à sua densidade populacional, foi a que mais contribuiu para este fenómeno da emigração. Quanto ao perfil dos emigrantes, na primeira fase eram sobretudo jovens adultos provenientes de ambiente rural que partiam, individualmente, para outros países, onde se instalavam, temporariamente, em bairros degradados e em condições precárias. A reunificação familiar, nestes casos, se existia, era quase sempre tardia. Depois, sobretudo na segunda vaga, partiam já os emigrantes acompanhados das suas famílias; viviam em condições modestas nos arredores das grandes cidades europeias, permanecendo por lá. Ao contrário do que se pensa, estudos conceituados advogam que os emigrantes do início do século XX, e sobretudo os que se dirigiam para o Brasil, seriam emigrantes sobretudo das classes média e alta. Para sustentar esta ideia, esses mesmos estudos salientam o facto de a passagem, bem como toda a logística associada à viagem em paquete transatlântico, serem bens dispendiosos, tendencialmente suportados pelos emigrantes eles mesmos. Essa é também uma das razões pelas quais se pensa que o sistema dos engajadores e da emigração clandestina era um sistema praticado sobretudo em território nacional e na emigração com destino a países da Europa, uma vez que o transporte ferroviário ou rodoviário facilitavam tais manobras.

A nível de emprego, os emigrantes portugueses passaram a ser conhecidos por exercerem sobretudo funções nas áreas do comércio (mercearia, talho, padaria, ferragens e artesanato), da indústria (hoteleira e afins), dos serviços (domésticos e outros) e da construção civil, chegando muitas vezes a montar negócio próprio e a obter lucro elevado, principalmente no caso da emigração para o Brasil.

Em termos socioculturais, ainda que inicialmente houvesse uma tendência para a emigração individual, em que apenas um elemento da família se aventurava por terras estrangeiras sem levar consigo nenhum membro da sua família nuclear, uma vez que os emigrantes eram “chamados” para os países de acolhimento por outros portugueses (fossem eles amigos ou familiares), tendiam a fixar-se nesses locais em comunidade, mantendo as suas tradições portuguesas, mas absorvendo também, parcialmente, a nova cultura. Daí que, ainda que com raízes profundas em Portugal, muitos adquiriram uma nova identidade, uma identidade reconstruída no novo contexto de vivência. Muitos dos seus descendentes, também, deixaram de ter qualquer vínculo específico a Portugal e nem a língua portuguesa sobreviveu a tais processos de aculturação ou transculturação. Os laços de ligação a Portugal eram apenas reavivados nas associações, sociedades fraternais, irmandades e festas religiosas, comemoradas com o intuito de continuar as tradições e de as passar aos descendentes.

A emigração portuguesa é, por isso, um fenómeno social extremamente complexo e do qual ainda se sabe relativamente pouco. Muitos aspetos estão ainda por estudar e muitos outros têm ainda uma abordagem superficial, sendo necessários alguns dados mais conclusivos. Contudo, tendo em conta a sua importância, é de salientar que um dos aspetos mais positivos da emigração é, sem dúvida, a infinidade de trocas inter-pessoais e inter-grupais que esta proporciona a nível cultural, social e económico.


por:  Leonor Tavares

Prisão
A política prisional do Estado Novo caracterizou-se pela jurisdição excecional de que beneficiava, o que permitia uma prisão preventiva por tempo indeterminado, sob controlo permanente da Polícia Política, dos Tribunais Militares Especiais e, a partir de 1945, do Tribunal Plenário Criminal (TPC). Depois de serem detidos, os presos...
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Exílio
O exílio político é a saída forçada do país de origem como resultado de uma oposição ou descontentamento civil em relação ao poder de um Estado. Geralmente, o exilado distingue-se do emigrante por já possuir uma certa formação cultural e professional. São esses atributos que o ajudam a sobreviver no país de acolhimento, onde pode desenvolver atividades não alcançáveis por outro tipo de emigrante...
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